Parte I:Sexo, este estranho!
Estamos acostumados a escultar frases a respeito da sexualidade do povo brasileiro e sobre como ele é "quente". As mulheres são fogosas e tem os melhores atributos em forma de beleza, os homens são viris e tem pegada. Na linguagem popular ninguém nega que de vez em quando faz umas sacanagens, e que a esposa esperta deve fazer em casa o que o marido iria procurar nas outras da rua, por que como sabemos muitas vezes os maridos dão uma pulada de cerca. É somente no brasil que se pode encontrar aquela mulata que faz qualquer homem ficar louco e também é somente aqui que se encontras os machos capazes de fazer a mais santa das mulheres perder o juízo, e já que estamos falando de santidade é em nosso vocabulário presente a expressão santo(a) do pau oco que claro se refere as pessoas que apresentam ares de puritanismo e são verdadeiros devassos. É curioso como em todas estas expressões são ditas e repetidas pelas gerações e como elas revelam não a nossa sexualidade mas pelo contrário a nossa dificuldade em lidar com este estranho, o sexo.
Estes termos usados em nosso cotidiano podem resumidamente mostrar que somos:
1) Que ressalta atributos de sexualidade masculino e feminino, ou seja, não aceita outros padrões como homossexuais, trânsexuais e etc.
2) Ressaltamos que a sexualidade pertencem ao físicos ,dentro do limite da carne, e claro isso o torna ruim e pecaminoso separado do santo e da alma, por isso ser ativo sexual é diferente de ser santo.
3) Mostramos que existe dois tipos de sexo o de casa e o da rua e neste caso as mulheres para poder segurar seus maridos devem fazer igual se faz na rua.
4) Vemos também que para o brasileiro sexo e juízo estão separados assim como alma e corpo estão, por isso muitos perdem a cabeça por sexo.
Bem até ai tudo bem, porém, mais curioso é portanto a imaginação de que somos um povo liberal e sexual, que somos um caloroso e não temos em nossas raízes o preconceito. Em qualquer lugar poderia-se imaginar que todos estes ditos populares seriam indicativos de uma grande repressão sexual, mas, na mente do brasileiro ocorre o contrario, isso é prova, pelo menos para ele, de que somos um povo liberal. Isso levanta algumas perguntas:
1- Como pode as mais comuns e simples provas de repressão sexual serem usadas justamente como atestados do contrário?
2- Como pode passar despercebidos nas mentes destas pessoas o quanto somos uma sociedade reprimida sexualmente?
Para poder encontrar as respostas as estas perguntas devemos ter em mente o conhecimento da operação da IDEOLOGIA. De forma bem resumida e precrária a ideologia é antes de tudo uma maneira de pensar massificada,ela nasce dos pensamentos dos dominantes e intectuais de cada época. Ela é uma deturpação da realidade para legitimar a dominação. Por meio dessa mascara da realidade pode-se conveser as pessoas de que algo é ruim mesmo ele sendo bom e que algo é bom mesmo sendo ruim. Ela passa a ser então um ideário que permeia toda a sociedade e se desenvolve na história de um povo. E o que tem a nossa história a revelar sobre a ideologia a respeito do sexo?
Algumas facetas de nossa cultura vem da situação de fundação do Brasil, a que se encontrava três culturas principais a negra, a idígena e os europeus, destacando neste caso os portugueses. Tanto os indígenas quanto os negros eram sexualmente liberais mas, com o genocídio cultural, sobrou para nós o padrão Português do sexo. E como seira a intimidade sexual dos portugueses? A resposta mais correta seria talvez: Sexo Católico Apostólico Romano. Bem mais isso é uma história sobre a qual eu vou falar depois...
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